"Todo aquele que tem conhecimento sobre um abuso e não o denuncia, está mantendo a violência! É tão responsável quanto", este é o dilema do Disque 100 - Direitos Humanos, divulgado pelo projeto social Prodigs (Ação Pró-dignidade Sexual) que palestrou sobre pedofilia nesta sexta-feira (19/05) no Espaço Batuíra, no bairro São Francisco.

O evento foi promovido pela Secretaria de Segurança Urbana (SEGUR), por meio da Guarda Civil Municipal (GCM), juntamente com a Coordenadoria da Mulher e o Fundo Social de Solidariedade com o principal objetivo de ampliar as discussões voltadas ao tema e inserir agentes multiplicadores nas áreas de educação, saúde e segurança.

A primeira dama de São Sebastião e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Michele Veneziani Augusto, presente ao evento, ressaltou que ver a gestão unida e preocupada com um bem em comum é muito importante.

"Estamos tentando trazer uma nova sinergia junto a uma renovação na política que transforme as pessoas; pois acreditamos que nada muda, se não mudarmos as pessoas", afirmou.

As palestras foram ministradas pela advogada, Viviane Fernandes e pelo consultor jurídico, vice-presidente da Comissão de Direito Penal e Direito Processual Penal da OAB/SP, Denis Caramigo. O evento também contou com a presença da secretária de Trabalho e Desenvolvimento Humano, Célia Silveira da Cruz.

De acordo com dados da ONG, os principais agressores sexuais de crianças são pais e padrastos (24,1%) e conhecidos da família (32,2%). Segundo estatísticas nacionais do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2014), 50,7% das vítimas eram menores de 13 anos; 19,4%, menores de 17 anos; 88,5% eram mulheres e 11, 5%, homens.

Internet – Palestrantes falam sobre a importância dos cuidados com exposição de imagens de crianças na internet. Isto porque muitos abusadores escolhem as crianças pelas redes sociais. Segundo dados do Prodigs, existem profissionais especializados em captar essas imagens; e crianças podem ser raptadas para que fotos e vídeos contendo sexo explícito sejam fabricados e comercializados. 

Denúncia - Para os palestrantes, mesmo que não haja provas e exista apenas uma desconfiança, denúncias devem ser feitas diretamente no Conselho Tutelar, Delegacia ou por meio do Disque 100. Conforme a lei, mães que sabem e não denunciam, ao serem denunciadas responderão igualmente pelo tipo de crime praticado junto com o violentador, como se tivesse cometido o delito da mesma forma.