Todas as quartas-feiras, integrantes do Centro de Convivência da APAE realizam atividades de inclusão e socialização, na maioria das vezes, com vivências aquáticas no Balneário dos Trabalhadores, na Praia Grande, por meio do projeto Qualidade de Vida. Desta vez, a integração foi em parceria com os alunos do Projeto Garoçá, que tiveram uma tarde de diversão e entretenimento.

Segundo a coordenadora do Garoçá, Luciana Gallani, a ideia é estreitar os laços com outras instituições proporcionando aos alunos novas experiências. “As regiões mais afastadas, como a Costa Norte, costumavam sofrer com a falta de informação, o que acabava refletindo nas crianças. O que vemos atualmente é uma vontade de todos em melhorar a comunicação entre os setores e, principalmente, o incentivo em ações conjuntas como a de hoje. Essas experiências de humanização fazem muito bem às nossas crianças”, comentou.

Enquanto o Projeto Garoçá recebe alunos de seis a 12 anos, o programa Qualidade de Vida atende a pessoas especiais acima dos 30 anos, por meio do Centro de Convivência da APAE. Nele, com o apoio da Secretaria de Esportes (SEESP), os integrantes participam de atividades como caiaque, ginástica laboral, stand up, canoa havaiana e terapias no mar.

De acordo com a naturóloga e terapeuta da APAE, Maria Fernanda Grimaldi, o intuito é a socialização e inclusão social, desmistificando a ideia de isolamento do portador de necessidades especiais. “Nossa ideia é que eles participem cada vez mais das atividades do município e não fiquem apenas dentro dos muros da instituição”, explicou.

“Muitos deles têm a oportunidade de ir a praia apenas por conta do projeto, devido a acessibilidade, por isso essa atividade é tão importante”, citou a professora da APAE, Viviane Migliorini.

Ao todo, participaram da vivência cerca de 40 pessoas entre alunos do Garoçá e integrantes da APAE. Dentre elas esta Paulo Germano Duarte, de 37 anos, morador de Boracéia, no extremo sul. “É impressionante a dedicação do Germano. Ele vai e volta de Boracéia ao Pontal da Cruz (cerca de 120km) de ônibus, todos os dias e nunca falta. É o primeiro a ser pego e o último a ser deixado”, comentou a fisioterapeuta, Aline Cardinalli.

Germano, sempre sorridente, fez questão de ressaltar o bom ambiente do projeto. “Gosto muito de vir pra cá. Todo mundo se diverte. A atividade que mais gosto é o caiaque”. Já para Márcia Barbosa, de 35 anos, também integrante do Centro de Convivência da APAE, o que mais lhe agrada é a ginástica laboral.

O projeto Qualidade de Vida trabalha com dois grupos dependendo do grau de comprometimento da deficiência. “O grupo da tarde é composto por pessoas com um grau de comprometimento maior, inclusive, temos duas que também são cadeirantes. É muito importância essa vivência e serve para mostrar, para eles mesmos, que são capazes de desempenhar inúmeras atividades ditas normais”, finalizou Maria Fernanda.