Catarinense ganhou final entre dois tops do CT com o paulista Jessé Mendes no QS 3000, em Maresias, e o título da WSL South America foi decidido logo na primeira rodada do sábado

 

Um sábado emocionante e ainda com boas ondas na Praia de Maresias lotada fechou o Red Nose São Sebastião Pro com uma final entre dois tops da elite mundial da World Surf League. O catarinense Yago Dora confirmou sua primeira vitória no Brasil- com um aéreo que valeu nota 8,5 - para superar o paulista Jessé Mendes por 13,03 a 10,83 pontos. Antes, outro paulista já havia comemorado bastante o título de campeão sul-americano da WSL South America, com Wesley Santos conseguindo exatamente o resultado que precisava para ultrapassar o peruano Alonso Correa na liderança do ranking.

“Estou muito feliz por vencer essa final aqui no Brasil, pois acho que nunca tinha feito um resultado tão bom aqui para o público brasileiro”, disse Yago Dora, logo que chegou ao pódio. “A final infelizmente deu uma mudada no mar e a gente não conseguiu pegar boas ondas, mas fiquei feliz por ter voltado daquele aéreo com nota 8,5 que me garantiu a vitória. Maresias sempre foi um lugar que eu gosto muito, mas eu nunca tinha tido um resultado bom aqui. Mesmo assim, sempre senti uma conexão muito boa com essa onda, é um lugar que eu amo, então conseguir minha primeira vitória no Brasil aqui foi perfeito”.

Yago Dora festejou sua terceira vitória da carreira no WSL Qualifying Series por 13,03 a 10,83, faturando o prêmio máximo de 12 mil dólares e os 3 mil pontos oferecidos ao campeão do Red Nose São Sebastião Pro. Pelo vice-campeonato, Jessé Mendes recebeu 6 mil dólares e marcou 2.250 pontos no ranking do WSL Qualifying Series.

“Estou feliz por ter feito essa final, apesar de que a maré secou muito e as condições ficaram fechando um pouco na bancada. Ficou difícil de achar ondas boas e o Yago (Dora) foi mais feliz em conseguir aquela rampa pra voar que decidiu a bateria”, disse Jessé Mendes. “Mesmo assim, deu altas ondas essa semana toda aqui e é difícil Maresias ter boas ondas assim tantos dias seguidos. Agora troquei minha pior pontuação no ranking e poderia ter sido melhor se vencesse, mas agora vou até mais confiante para tentar minha vaga para o CT do ano que vem lá no Havaí, certamente”. 

 

Pupos nas semifinais

A expectativa de toda a torcida que lotou a praia no sábado era por uma final entre os irmãos Pupo, que moram em Maresias. No entanto, Miguel e Samuel perderam nas semifinais e terminaram empatados em terceiro lugar no Red Nose São Sebastião Pro. Cada um recebeu 1.680 pontos para o ranking do WSL Qualifying Series e um prêmio de 4 mil dólares.

O mais jovem, Samuel Pupo, que neste ano conquistou o título sul-americano Pro Junior da WSL South America na categoria para surfistas com até 18 anos de idade, foi o primeiro a cair. O também paulista Jessé Mendes, do Guarujá, dominou a bateria desde as primeiras ondas que surfou e valeram 7,60 e 8,00. Mesmo com a derrota, o terceiro lugar no QS 3000 Red Nose São Sebastião Pro, foi o melhor resultado de Samuel Pupo nas doze etapas do QS que ele disputou esse ano.

“O objetivo era ir pra final e ganhar o campeonato, mas peguei um atleta bem difícil de competir”, admitiu Samuel Pupo, que também falou sobre o título mundial Pro Junior da World Surf League, que será disputado na primeira semana de dezembro em Taiwan: “Vai ser minha última etapa do ano e vou com tudo pra lá. Eu fui campeão sul-americano, então vou chegar lá como um dos favoritos. É uma onda que favorece bastante o meu surfe, um beachbreak (fundo de areia), então espero ganhar o título neste meu último ano de Pro Junior. Mas eu queria muito fazer uma final aqui com o meu irmão (Miguel Pupo). Ia ser demais”.

 

Melhor do dia

E Miguel Pupo também perdeu a disputa pela segunda vaga na grande final contra um inspirado Yago Dora. O catarinense tinha feito o segundo maior placar do campeonato – 17,43 pontos – com as notas 8,93 e 8,50 que conseguiu em suas últimas ondas surfadas contra o francês Nomme Mignot, que dominou quase toda a bateria. E contra o Miguel, Yago mandou um aéreo incrível que recebeu a segunda maior nota do Red Nose São Sebastião Pro, 9,83. Três dos cinco juízes chegaram a lhe dar nota 10 e essa onda acabou decidindo a vitória apertada por 16,83 a 15,33 pontos.

Miguel e Samuel Pupo dividiram o terceiro lugar no QS 3000 de Maresias e os quatro que perderam nas quartas de final terminaram empatados em quinto lugar. O paulista que defendia o título desta etapa de São Sebastião, Deivid Silva, o baiano Yagê Araujo, o catarinense Mateus Herdy e o francês Nomme Mignot, marcaram 1.260 pontos no ranking do WSL Qualifying Series e receberam 2.000 dólares de prêmio. Outros oito surfistas também competiram no sábado e foram derrotados na rodada classificatória para as quartas de final.

 

Sulamericano

Outro momento emocionante no sábado de praia lotada em Maresias aconteceu pela manhã, com Wesley Santos festejando o título de campeão sul-americano da WSL South America em 2018. Ele precisava de um nono lugar no Red Nose São Sebastião Pro e conseguiu exatamente essa colocação. Wesley só tirou o terceiro lugar na bateria da quinta fase do cearense Michael Rodrigues na onda que surfou nos minutos finais. Aliás, os quatro competidores pegaram ondas e ficou o suspense pela divulgação das notas.

Wesley estava em último e ultrapassou o cearense, mas os dois classificados para as quartas de final foram o também paulista Miguel Pupo e o francês Nomme Mignot, mas isso já não importava mais para Wesley Santos, com o surfista de Peruíbe, cidade da Baixada Santista, comemorando muito com todos que estavam torcendo por ele. Com o nono lugar em Maresias, ele atingiu 2.300 pontos no ranking final da WSL South America, contra 2.280 do peruano Alonso Correa, que não veio defender a liderança no Brasil.

Wesley Santos garantiu sua participação para as principais etapas do WSL Qualifying Series em 2019, com status QS 10000 e QS 6000, que são decisivas na briga pelas dez vagas para a elite do CT, com a conquista do título sul-americano.