Os prefeitos de São Sebastião, Felipe Augusto e o de Bertioga, Caio Matheus, participaram nesta quarta-feira (19/04) das festividades do “Dia do Índio” realizadas, em conjunto, pelos dois municípios na Aldeia do Rio Silveira dos índios guaranis. Os chefes dos Executivos destacaram a importância da parceria na preservação das tradições indígenas e afirmaram que pretendem aumentar a participação do poder público nas ações sociais dentro da aldeia.
O evento foi acompanhado também pelo vice-prefeito de São Sebastião, Amilton Pacheco, secretários municipais e pelos vereadores Pedro Renato, José Reis, Ercílio de Souza e Daniel Simões, além de parlamentares e secretários do município vizinho.
O cacique Adolfo, chefe da aldeia que é formada por aproximadamente 600 índios, sendo metade dessa quantidade crianças, ocupa uma área de 980 hectares entre São Sebastião, Bertioga e Salesópolis, afirmou que todo dia é dia do índio.
Ele ressaltou que seu povo não se cansa de defender os direitos conquistados na Constituição 88. “Sou representante dos povos indígenas de São Paulo e estarei no final do mês, em Brasília, na marcha contra a PEC 215. A Proposta de Emenda à Constituição quer transferir do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas e não podemos aceitar isso, pois é uma ameaça aos direitos indígenas”, declarou.
Durante a cerimônia, aconteceram apresentações de músicas e danças indígenas, além de competições esportivas de arco e flecha. Os índios aproveitaram a oportunidade para expor e vender artesanatos típicos, além de negociar palmitos pupunha produzidos em sistema de reflorestamento dentro da própria aldeia.
Escolas do município também foram prestigiar a celebração. Para a professora de Língua Portuguesa, Shirlei Rodrigues, aproximar os estudantes da realidade indígena é de extrema importância, pois permite que eles identifiquem a luta diária desta comunidade, e aprendam também sobre a valorização do meio ambiente.
“Parte do que somos devemos aos índios, desde a língua até as tradições culturais e artísticas. Queremos trabalhar com nossas crianças a cultura do ser e não a do ter”, explicou ela.
Os alunos Thiago Rodrigues, 14, Erika Kailane, 14, e Isabela Rosana, 14, da escola Cynthia Cliquet Luciano, na Enseada, Costa Norte de São Sebastião, contaram que todos os costumes são diferentes do que vivenciam em suas realidades.
“Não temos palavras para explicar o que estamos aprendendo e descobrindo aqui. A cultura, os costumes, as tradições, tudo é muito bonito, as brincadeiras tanto das crianças quanto dos adultos são diferentes, eles são livres. Quando a professora disse que viríamos aqui imaginamos muitas coisas, e descobrimos que a realidade deles é bem parecida com a que aprendemos na escola”, comentaram eles.