A Praia de Maresias, Costa Sul de São Sebastião, recebeu ontem (03) um mutirão de limpeza. Em 30 minutos de ação, foram coletadas 1.895 bitucas, 30 unidades de rejeito, 1.907 unidades de microlixo (plástico, vidro, papel, isopor, tecido, entre outros), totalizando sete quilos de resíduos.
Cerca de 30 pessoas participaram do mutirão, entre monitores do “Verão no Clima”, Divisão Socioambiental da Secretaria de Meio Ambiente (SEMAM), Coordenadoria da Mulher, Nilton (suporte sustentável para lixo "Niltex"), Instituto Argonauta, representantes da Ascam – Associação de Surf, Cultura e Ambiente de Cambury, e voluntários.
O mutirão de limpeza alcançou um percurso de dois quilômetros. Os participantes foram separados em dois grupos, tendo como ponto de partida a Praça Internacional do Surf. Metade das pessoas seguiu sentido Barra; a outra foi sentido Canto do Moreira, até aproximadamente o Beach Club Amstel.
Esse percurso foi sugerido pela coordenação da Campanha.
“Fizemos aproximadamente um quilômetro para cada lado da tenda do Verão no Clima, instalada na praça. Ao final realizamos a catalogação e pesagem, fazendo a separação dos resíduos por tipo de material, contabilizando os resíduos por itens encontrados e pesando por tipo de material”, contou a chefe de divisão Socioambiental da SEMAM, Nathalie Pacheco.
Segundo os participantes, os itens mais comuns encontrados foram bituca e tampa de garrafa. Os itens que geraram preocupação ao serem encontrados foram: vidro, canudos e bitucas. Já os itens mais estranhos encontrados foram os seguintes: sanduíche na embalagem e estrutura de arame que segura a rolha no champanhe.
"As pessoas conseguem carregar suas garrafas, itens de consumo, até a praia, mas não têm a capacidade de levá-los de volta e fazerem o correto descarte. Depois de consumido os resíduos ficam mais leves, então qual a desculpa para largarem nas areias da praia?”, questionou Nathalie.
“O que me chamou muito a atenção foi o restaurante na Barra, conscientes e preocupados com os resíduos dos seus clientes. Eles disponibilizam, ao lado de cada guarda sol, uma lixeira e, mesmo assim, frequentadores ainda têm dificuldade de ‘acertar’ o lixo”, continuou Nathalie.
Para ela, esse trabalho de conscientização é de persistência e muita dedicação. “Aos poucos chegaremos no denominador comum: pessoas educadas e defensoras das causas ambientais. Se não nos conscientizarmos e continuarmos descartando inadequadamente no ambiente, em 2.050 teremos mais plástico do que peixes. Os animais confundem o lixo com alimento e o sistema digestivo fica comprometido, o resíduo não é digerido pelo animal, que chega a falecer por sufocamento ou por inanição”, alertou.